Inspirado pelas experiências com dispositivos móveis que eu li no meiobit (aqui, aqui e aqui), e também movido por um pouco de saudosismo, resolvi relembrar um pouco sobre a minha própria trajetória nesse mundo (o que eu pude lembrar, na verdade, minha memória não é tão boa pra essas coisas).
Aqui irei, por ordem cronológica, listar os aparelhos que já tive, contando um pouco como foi minha experiência com eles. Repassar essa parte da evolução tecnológica nos faz pensar no quando evoluimos em pouco tempo, e amadurece ainda mais nossa experiência móvel.
Então chega de delongas, e vamos começar essa jornada, que começou um pouco tarde (em 2004), quando eu tinha 21 anos e recebi meu primeiro salário.
Siemens A50
Quando recebi meu primeiro salário, fui a uma loja da Oi comprar meu meu primeiro celular. Na época, a Nokia e seus pequenos celulares da série 3300 eram ultra-populares aqui na minha região, mas eu só olhos para esse pequeno notável da siemens. Linhas arredondadas, cor vibrante, possibilidade de troca da capa. Se externamente ele era uma jóia, por dentro também não deixava a desejar (pros padrões da época). Não pude ter tido uma melhor primeira experiência do que essa.
Motorola C355
Meu segundo celular e primeiro com tela colorida. Apesar dele ser bem bonito por fora, com sua carçada prateada e detalhes verdes, sua experiência de uso pra mim foi inferior ao do siemens a50. Isso por que apesar da tela colorida, a tela era um pouco menor do que a do siemens a50, além do que o software da motorola nunca ter me agradado muito.
Nokia 3220
Meu primeiro celular com camera foi minha introdução ao mundo Nokia e seu Symbian (na época, o melhor sistema para celulares). A sua camera, apesar de inferior ao de uma máquina digital, era satisfatória para um celular da epóca. Fora isso, seu uso era bastante confortável, bem melhor que a minha experiência com o C355 e comparável a minha com o A50. Ah sim, a carcaça dele tinha essas quatro borrachinhas laterais que pra mim só serviram acumular sujeira das mãos e se desfazer, me obrigando a comprar mais tarde no MercadoLivre (aqui em minha cidade é dificil de achar certas coisas) quatro peças de plástico para substitui-las.
Sony-Ericsson K750i
Foi um caso de paixão a primeira vista. Conheci ele em anuncios de revistas e amei o design. Procurei por reviews dele na internet e amei suas especificações. Quando comprei e começei a usá-lo, pude constatar que tudo que achei que ele fosse ela realmente era. Tudo nele era uma evolução dos celulares que tive antes. Por causa dele, até hoje tenho uma certa simpatia com o seu fabricante, a Sony-Ericsson.
Sony-Ericsson K800
Após minha maravilhosa experiência com o K750i, quando resolvi atualizar o celular, continuei na Sony-Ericsson. E foi outra grande experiência de uso. Sim, o teclado dele era um pouco menos confortável que o do K750i, mas todo o resto era um degrau acima do anterior. Além de tudo isso, foi com esse modelo e sua maravilhosa tela que comecei minha jornada na terra das telas gigantes (e dos smartphones, já que depois de todos esses celulares, comecei a desejar um).
Apple iPhone 3G
Entrei de cabeça no mundo dos smartphones com o mais famoso deles: um iPhone 3G. Por causa da dificuldade de achar um desses nos meios oficiais com preços que cabiam em meu orçamento, fui ao MercadoLivre. O celular vinha com um Turbo-SIM, um adaptador para que eu pudesse usar o chip da minha operadora, que funcionou muito bem, até quebrar. Mas até chegar nesse momento, tive uma das melhores experiências de uso de todas. Tela grande e capacitiva (um pouco depois percebi como isso faz uma grande diferença), aplicações excelentes em abundância, interface intuitiva. E apesar da dependência do iTunes me aborrecer um pouco, posso dizer que foi o ápice de minha experiência com dispositivos móveis.
Mas, como citei antes, veio o problema com o TurboSIM. Quando ele deu defeito, entrei no tortuoso caminho dos jailbreaks e software de desbloqueios. Por causa disso, em paralelo com as atualizações de software oficiais, fiquei alguns periodos alternados sem acesso ao telefone (praticamente o aparelho tinha se tornado um iPod Touch). Por causa dessas experiências ruins, foi que tomei a decisão de nunca mais procurar meios alternativos para adquirir smartphones.
Durante os periodos em que fiquei sem acesso as funções de telefone do iPhone, tive dois aparelhos. O primeiro foi o super básico Sony-Ericsson K205, que servia só para falar, e em termos de experiência de uso estava no nivel do C350, o que me fez ansiar ainda mais pela reativação do iPhone. Por causa dessas limitações, quando novamente fiquei sem o iPhone, resolvi adquirir um Nokia 5530. Indo direto ao assunto, foi uma das piores experiências que tive com smartphone. A tela resistiva, software mal-acabado (sempre achei que era exagero as críticas em relação ao Symbian até esse momento), tudo me irritava no curto tempo que tive que usar esse modelo.
Motorola Milestone
Após me desfazer do iPhone (principalmente pelos problemas que tive com jailbreak/desbloqueios), e depois da péssima experiência com o Symbian no Nokia 5530, resolvi me aventurar na nova plataforma do Google: o Android. Devo dizer, que a essa altura da história, já estava devidamente domado no uso de smartphones por causa do iPhone, então a experiência com ele foi bastante confortável (inclusive é o meu smartphone atual). Tenho que dizer que hoje, o Android é o único que pode competir de fato com o iPhone em termos de facilidade de uso. Hoje, por causa desses dois aparelhos (iPhone e Milestone) não consigo mais usar com satisfação aparelhos de telas pequenas e totalmente off-line como os que usei no inicio de minha trajetória.
Após a entrada no universos Android, começei a mim interessar também no desenvolvimento de aplicações para smartphones. Começei a usar o SDK do Android, o Nokia Qt SDk (baseado no excelente Qt Creator), o SDk do Blackberry e tenho lido apostilas sobre Objective-C e iPhone SDK. Por causa disso, hoje, além do Milestone, tenho dois outros aparelhos em paralelo:
Nokia N8
Depois de minha experiência com o Nokia 5530, minhas expectativas em relação ao N8 eram as mais baixas possiveis (somente em relação ao software, por que o hardware dele é excepcional). Devo dizer que ele avançou um bocado em relação ao 5530 (apesar de ainda não estar a altura do iPhone/Android). Mas tenho que dizer que se fosse privado do Milestone por algum motivo, ele supriria meu uso diário com tranquilidade (ao contrário do 5530).
Blackberry Storm
Dos meus smartphones atuais, posso afirmar com certeza que ele é o pior de todos. Sua tela implementa um tipo de resposta tátil que incomoda um pouco, alterar as configurações dele é um experiência quase tão ruim quanto mexer no regedit do Windows, e, no meu caso, cai novamente na questão do aparelho não oficial. Como queria um aparelho para desenvolvimento, e aqui no Brasil Blackberry é artigo raro, recorri novamente ao MercadoLivre.
Então é isso. Essa é minha história no mundo móvel. Olhando de hoje, posso me considerar um sortudo, já que tive muito poucas experiências ruins (sendo que a maioria teve um pouco de culpa minha, por recorrer a caminhos não oficiais). Depois de todos esses aparelhos, uma coisa que posso afirmar com certeza é que, como eu já tinha mencionado antes e friso novamente aqui, é que não fico mais confortável com os minusculos e desconectados aparelhos de antes, mesmos aqueles em que tive experiências maravilhosas de uso.
Gostaria de acrescentar que atualmente minha experiência móvel não se resume a smartphones. Voltei a ter um pé no mundo Apple, possuindo, além de um Macbook, um iPod Touch e recentemente um iPad (que é um maravilhoso apêndice em minha experiência móvel).