A edição de vídeo é tanto um processo Artístico quanto Técnico onde uma coleção de material de vídeo (sequências) é compilada e alterada a partir de sua forma original para criar uma nova versão.
O processo artístico da edição de vídeo consiste de decidir quais elementos deve-se manter, apagar ou combinar várias fontes para que as parte se juntem de uma forma organizada, lógica e visualmente agradável.
O processo técnico da edição de vídeo consiste da cópia de vários elementos em uma única fita de vídeo (ou CD-ROM, ou outra mídia) para a visualização ou distribuição final.
Tipos de edição de vídeo
Edição Linear – Esse processo é basicamente mecânico por natureza, e emprega Filmadoras, VCRs, Controladoras de edição, Tituladores e Mixers para executar as funções de edição. Essa técnica de edição é executada em passos lineares, um corte por vez (ou através de uma série de cortes programados) até seu término.
Edição Não Linear – Ganhando popularidade rapidamente devido as vantagens tecnológicas, financeiras e de disponibilidade de produto, esse método de edição de vídeo utiliza o ambiente computacional para auxiliar o processo de edição. Esse processo é quase que inteiramente digital e não utiliza nenhuma função mecânica exceto para a entrada de vídeo a partir das fontes e sua saída para Fita ou CD. A edição nesse ambiente é essencialmente um método Cortar e Colar visual.
NOTA: As técnicas de edição linear e não linear podem ser, e frequentemente são, combinadas e serão discutidas a seguir.
Edição Linear
A Edição Linear consiste de três categorias:
1. Edição Na Câmera: As tomadas de vídeo são estruturas de forma que elas sejam filmadas em ordem e com o tamanho correto. Esse processo não requer nenhum equipamento adicional além da própria filmadora, mas requer habilidades de filmagem e organização muito boas durante o processo de captura do vídeo.
2. Edição por montagem: As tomadas de vídeo não são estruturas em uma ordem específica durante a filmagem mas são rearranjadas e tem tomadas desnecessárias apagadas durante a transferência (cópia). Esse processo processo requer ao menos uma Filmadora e um VCR. A sequência original permanece intacta, mas a tomada rearranjada é transferida para uma nova fita. Cada cena é “montada” em uma fita em branco uma por vez ou em sequência.
Existem dois tipos de edição por montagem:
Uma edição por rolagem (Roll–Editing) a partir de uma fonte única, com a opção de adicionar um efeito, como títulos ou transição a partir de uma imagem congelada no início de próximo corte ou cena.
Edição por rolagem A/B (A/B Roll–Editing) a partir de duas fontes de vídeo – VCRs ou Filmadoras com gravação em um terceiro VCR. Essa técnica requer mixagem de vídeo e/ou um controlador de edição para fornecer transições suaves entre as fontes. Além disso, as fontes precisam ser eletronicamente sincronizadas para que os sinais sejam estáveis. O uso de um Corretor de tempo base ou de um Sincronizador de quadros digital é necessário para o sucesso dessa técnica.
3. Edição por inserção: Material novo é gravado sobre o existente. Essa técnica pode ser usada durante o processo de filmagem ou durante o processo de edição. Como a sequência é inserida no lugar da sequência indesejada, parte da sequência original é perdida.
Geração de caracteres (Títulos):
Titulo em Vidro–A pintura de títulos em vidro e a captura da cena através do vidro permite que os títulos aparecem no vídeo.
Títulos em um quadro, Papel, ou outra mídia opaca — A pintura de títulos em uma mídia opaca e gravação das páginas em videotape e inserção ou montagem do título entre as cenas previamente gravadas, durante o processo de edição.
Titulagem eletrônica ou computacional –Criação dos títulos em um Gerador de caracteres ou Computador e ou sobrepondo eles no vídeo (eletronicamente) como no processo que utiliza vídeo, ou inserindo os títulos entre as cenas.
NOTA: Algumas filmadoras tem uma habilidade limitada de gerar títulos sobrepostos durante o process de filmagem.
Mixagem de vídeo:
A função primária do Mixer de vídeo é permitir a execução de transições no processo de edição por rolagem A/B. Transições como cortes, wipes, dissolução, chroma key ou outros efeitos só podem ser executados em equipamentos como esses.
Controladores de edição:
Controladores de edição são dispositivos que controlam todos os processo mecânicos de um sistema de edição linear. Controladores de edição executam suas funções se comunicando com as Filmadoras e VCRs através de um protocolo de edição e aos tituladores, mixers e outros dispositivos através de um gatilho GPI (um interruptor on/off simples que pode programado em sequências específicas).
Alguns controladores de edição editam apenas um evento (cena) por vez. Outros controladores de edição podem ser programados para executar uma série de funções de edição, com alguns capazes de editar uma produção inteira do início ao fim incluindo criar todos os títulos e transições através do uso do equipamento adequado. Porém, o usuário precisa programar cada comando individualmente no início, antes de executar o processo em si.
Tipos de protocolo de edição (Nível do consumidor) —
Control L (LANC) — Protocolo de comunicação de duas vias onde a(s) filmadora(s) é(são) usada(s) como deck de reprodução e uma Sony HI8, SVHS, ou MiniDV VCR é usada como deck de gravação. Filmadoras Sony, Canon, Yashica, Nikon, e Ricoh usam esse protocolo. Diversos controladores de edição usam esse protocolo também.
Control M (Panasonic 5-Pin) — Protocolo de comunicação de duas vias onde tanto Filmadoras quanto VCRs podem ser usados como decks de reprodução ou gravação. Esse protocolo é exclusivo da linha de produtos Panasonic AG.
IR Control — Protocolo de comunicação de uma via onde o controlador se comunica com o VCR ou filmadora por controle remoto Infravermelho. Muitos controladores desse tipo podem executar apenas uma edição por vez e por isso não são usados em um sistema de edição por rolagem A/B.
JVC RA Edit–Protocolo de comunicação em duas vias onde o controlador se comunica tanto com um VCR ou filmadora de reprodução com uma VCR de gravação. O controlador pode ser embutido na filmadora ou no VCR, eliminando a necessidade de um controlador externo. Esse protocolo é exclusivo a certos modelos de filmadoras e VCRs da JVC, e não é compatível com outras marcas.
JLIP (Joint Level Interface Protocol) — Um protocolo de comunicação desenvolvido pela JVC. É um tipo versão atualizada do RA Edit, esse protocolo permite que filmadoras ou VCRs da JVC sejam controlados por um PC (através de uma Porta Serial) como controlador de edição.
Gatilho GPI — Protocolo de comunicação de uma via onde o controlador “diz” a um mixer de vídeo ou a um gerador de títulos para executar uma função programada anteriormente como uma transição, efeito ou título.
Edição de som
Existem dois tipos de edição de som:
Mixagem de som — Isso pode ser feito tanto no processo de filmagem original quanto na edição. Duas ou mais fontes de som podem ser conectadas a um mixer de som e então introduzidas na entrada para microfone da filmadora (nota: nem todas as filmadoras possuem entrada para microfone) ou na entrada de áudio do VCR. Isso permite que o som seja alterado ou acréscido durante o processo de edição.
Dublagem do áudio — Essa é a técnica de adicionar áudio a uma sequência que já foi editada ou filmada. O áudio é adicionada à fita de vídeo sem alterar o vídeo gravado anteriormente e, em alguns casos, sem alterar o áudio gravado anteriormente. Para poder executar qualquer um desses processos, o VCR precisa ter uma função Audio Dub embutida. Além disso, para poder fazer a dublagem sem afetar o áudio já gravado, o VCR usada para a gravação precisa ser HiFi Stereo com uma função de dublagem embutida.
Dublagem de áudio é ativada normalmente pela colocação do VCR no modo Play/Pause, e em seguida pressionando a tecla de função Audio Dub, para finalmente deixar o VCR tocar o vídeo enquanto o áudio é gravado.
Edição não-linear
O Computador como editor:
O computador como auxilio para a edição de vídeo cada vez mais expandido os limites da criatividade na área de vídeo. Algumas das ferramentas de edição via computador fornecem resultados que eram obtidos apenas em casas de produção alguns anos atrás.
Os conceitos e regras básicas do processo de edição de vídeo são as mesmas, mas trabalhar em um ambiente digital permite ao editor mais liberdade criativa em cada etapa do processo, como ser capaz de pré-visualizar e corrigir cada decisão de edição sem ter que ir a fita ou disco primeiro. O processo de edição de vídeo torna-se dessa forma similar a montar um documento ou apresentação gráfica onde o usuário corte e cola os segmentos e adiciona efeitos e títulos. Até mesmo edição de áudio está disponível. Uma vez que o vídeo for finalizado pode ser “jogado” de volta na fita de vídeo e então visualizada e duplicada.
A edição não linear não é infalível, apesar de tudo. Você precisa ter a combinação certa de memória RAM, Espaço em disco e sistema operacional. Muitas vezes ocorrem conflitos entre o hardware e o software e outros elementos do computador, que podem resultar em travamentos. Transpor o vídeo finalizado para a fita pode ter resultados desfavoráveis, como quadros perdidos.
Além disso, o PC doméstico também tem a habilidade de executar qualquer uma das funções de componentes individuais de um sistema Linear tradicional. Em outras palavras, se você tiver um PC e não tiver todos os requisitos para executar todo o processo de edição, pode ainda assim usar o computador simplesmente como controlador de edição, gerador de títulos ou mixer de som com o software adequado. De fato, usando uma computador em um sustema híbrido é praticamente o padrão em muitas produções profissionais ou amadoras.
As três formas básicas de se conectar uma fonte de vídeo, como uma filmadora ou um VCR, ao computador são:
Placa de captura de vídeo —
Provavelmente a forma mais comum de integrar vídeo com um computador. Placas de captura de vídeo são empacotadas com softwares para edição e outras funções e são inseridas normalmente em slots PCI do computador. Essas placas são normalmente equipadas com entradas de vídeo S-Video ou Composite. Muitas placas tem também saídas de vídeo, que permitem que você copie o vídeo finalizado de volta a fita, mas nem todas tem esse recurso. Se você precisar desse recurso, leias as especificações e relação de conexões na cada cuidadosamente antes a compra. Além disso, certifique-se de que seu computador possui os requisitos recomendados, não apenas os requisitos mínimos. Ao fazer isso,seu computador estará menos sujeito a travamentos durante o processo de edição.
“Black Box” Externa —
Funcionando de forma muito parecida com uma placa de captura de vídeo, produtos como a Dazzle Digital Video Creator, e a Pinnacle Systems Studio MP10 permitem que o usuário levem o processo de edição de vídeo a dispositivos externos e coloquem o processo criativo inteiro em um ambiente computacional. Essas “black boxes” são basicamente caixas que se conectam ao computador através de uma porta paralela ou USB (eliminando a necessidade de uma placa de captura interna) e permite que uma filmadora ou VCR sejam conectados de forma mais fácil ao computador.
IEEE-1394 (Firewire) —
Com o advento das filmadoras digitais, uma nova linhagem de placa de captura/edição de vídeo tem aparecido para pemitir que o PC doméstico seja atualizado para acomodar o processo de edição de Vídeo Digital através da adição de uma nova porta ao computador referenciada como conexão IEEE-1394 (Firewire/i-link). Essa porta permite velocidades de download e upload extremamente rápias, necessárias a edição de vídeo de qualidade em um ambiente computacipnal. Novamente, como nos casos dos produtos anteriores, seu PC precisa atender alguns requisitos para que a placa funcione de forma suave. Companhias como Pinnacle Systems, Datavideo, Digital Origin, e muitas outras tem introduzido Placas Firewire tanto para PC quanto MAC.
Sumário
Este foi uma breve visão dos princípios básico de edição de vídeo. Existem muitos pontos a serem considerados quando estiver montando uma ambiente de edição. Compatibilidade entre equipamentos é o item principal. Em um ambiente profissional existem muitas opções, muitas das quais intercambiáveis. No universo consumer existem menos opções de equipamentos assim como compatibilidade entre equipamentos. Se você quiser uma controle fácil e suave da edição (se não estiver usando um computador) use todos os equipamentos de uma mesma marca. Algumas empresas, como Videonics e Datavideo, produzem equipamentos de edição entre marcas, mas cheque a compatibilidade antes da compra.
Quando editar em um ambiente computacional, certifique-se que o seu PC ou MAC sempre atendam os requisitos recomendados (nunca apenas os mínimos) para o hardware e software a serem usados. Ainda que a edição não linear seja o futuro da edição de vídeo, ainda existem muitas aplicações para a boa e velha edição sobre fitam especialmente se você estiver editando uma projeto de vídeo longo e quer manter seus gastos baixos. Apesar de discos rígidos grandes estarem ficando cada vez mais baratos e maiores, eles podem não ser a melhor opção para o SEU vídeo.
A chave real de sucesso para ser um bom editor de vídeo é tempo, paciência, equipamento de fácil assimilação e uso para você, desenvoltura e uma boa imaginação. Você ficará surpreso quanto um pouco de imaginação e desenvoltura pode fazer – lembre, Edição de Vídeo é um processo tanto Técnico quanto Artístico.
Traduzido de hometheater.about.com